quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Porta do Armário


Naquela noite de inverno a neve não dava trégua, estava tudo coberto com o grande manto branco por dias seguidos. Mesmo assim aquela noite não era igual às outras... Chovia também. Alguns antigos tinham interpretações místicas para esse fenômeno: era mal pressagio...
Nessa mesma noite ainda restava uma casa acesa numa estreita rua escura. Viam-se as sombras de uma garotinha e um homem através da janela iluminada:
- Boa noite papai...
- Boa noite querida, descanse. Amanha será um grande dia.
E o homem fechou a porta e apagou a luz. Seus passos foram silenciando ao longo do comprido corredor. A pequena Amy se aconchegou na cama e fechou os olhos.
- Amy... – Sussurra uma voz doce e infantil.
A garota acorda assustada.
- Quem está ai? – Pergunta a garotinha.
- sou eu, Amy...
- Papai?
- Não Amy... Ajude-me, por favor! – Suplica a misteriosa voz.
A menina fica paralisada de medo e gaguejando pergunta:
- Quem é e onde está você?
- Eu? Eu sou sua amiga Amy! E estou aqui. No seu armário...
Foi o suficiente para aturdir a linda menininha. “É só um sonho! Não tem ninguém aqui e eu vou voltar a dormir.” Replica à si mesma. Deita-se e fecha os olhos novamente...
- Amy... Você sabe que ainda estou aqui. Liberte-me, por favor! Implora novamente a emblemática voz.
- E Por que eu faria isso? – Argumenta Amy.
- Porque eu sou sua amiga! Não tenha medo... Apenas, abra a porta...
- E como você foi parar aí?
- Seu pai! Ele me prendeu aqui... – Fala a voz retomando seu tom suave.
- Papai? Não! Ele nunca faria isso. – Reluta a criança.
- Oh Amy... Ele fez isso para que você nunca descobrisse a verdade.
Dessa vez a voz apelou para curiosidade da garotinha, ela conseguiu colocar uma gota de desconfiança em sua ingênua mente. “Pode ser algo sobre a mamãe... Talvez ela ainda esteja viva!” Pensa a menina. Então ela se levanta da cama e vai ate o armário e pergunta:
- Que verdade? É algo sobre a mamãe?
- Oh sim Amy! – Responde a voz aproveitando-se da deixa lançada pela criança.
Então a menina chega bem perto do armário mesmo, e cola sua orelha na porta esperando apreensiva pela resposta. Enfim a voz se pronuncia:
- Se você abrir a porta... Eu te contarei tudo!
A Garota sorri. Põe a mão na dourada maçaneta do seu armário e a gira. Finalmente é aberta a porta...
Uma incandescente luz púrpura engole o quarto e com ela grandes mãos sujas saídas da penumbra daquele armário agarraram a criança. Gritos e gargalhadas aterrorizantes ecoaram o lugar.
- Eis que digo: Que uma vez aberta à porta, sua alma será minha... – Disse a voz, agora grave e de tom lúgubre.

E então? Tem certeza que não está abrindo nenhuma porta para ela?

By Ewa Helter

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