quinta-feira, 31 de março de 2011

A Vigésima Quinta Hora


O despertador toca estridentemente no quarto de Anne, o que inevitavelmente a acorda:
-Que sono... Murmura ela tentando tatear o despertador para desligá-lo, ate que olha mais atentamente para a hora que ele marca: 25h00min.
-Essa porcaria já quebrou! Que merda! Isso é que da comprar essas coisas da China...
De repente o radio antigo do seu avô que não ligava há muito tempo, desde q ele morreu ouvindo-o, começa a tocar uma musica triste, impressionantemente a mesma que seu avo ouvia quando morreu: Tears in heaven, de Eric Clapton.
-Tá bom... Agora tá começando a ficar estranho...
Ela se levanta da cama e vai ate a porta de seu quarto, olha tudo atentamente para ver se não tem nada fora do lugar, está tudo como ela tinha deixado antes de dormir. Depois de ter tirado a prova de que ninguém teria estado ali e armado tudo aquilo para assustá-la, ela passaria pela ultima: o teste do sonho. Então se beliscou para ver se estava acordada mesmo. Infelizmente sim.
-Que merda... Não acredito que fiz isso... Ela deu um suspiro e resolveu voltar pra cama.
-Amanhã tenho que acordar cedo para ir pro escritório. Não posso ficar assustada com essas bobagens. Pensou.
Ela se deitou na cama e quando fechou os olhos o despertador tocou novamente, dessa vez marcando 25h15min, juntamente com o rádio reproduzindo aquela musica.
-Porra! O que é que esta acontecendo? Eu preciso dormir! Não tenho tempo pra isso... Gritou ela esperando que o “ser” que estivesse fazendo aquilo ouvisse e parasse.
-Nós temos 45 minutos, é o suficiente... Disse uma voz masculina rouca estranhamente familiar.
E foi o bastante para que Anne se assustasse de verdade dessa vez. Ela estava apavorada e balbuciou baixinho:
-Quem, quem está aí?
-Não me reconhece querida?
Anne não responde, teme que possa ser quem ela pensa que é. Mas a voz rouca continua:
-E então minha pequena rouxinol?
Isso foi o suficiente para Anne ter certeza de que a pessoa era mesmo quem ela estava imaginando, a única pessoa no mundo para quem Anne cantava quando criança era seu avô, por isso ele sempre a chamava de sua pequena rouxinol.
-Vovô? Pergunta Anne.
- Eu mesmo querida...
-Vovô o que esta acontecendo? Eu não entendo... Você morreu a mais de 5 anos!
- Sim...
- E então? Como você voltou?  Nossa! Vovô que saudade! Venha até mim! Eu preciso vê-lo novamente! Diz Anne eufórica.
-Meu bem, eu não posso ir ate você. Estamos em planos diferentes...
-E como posso ouvi-lo?
-De tempos em tempos acontece um fenômeno muito raro e desconhecido pela maioria, é chamado de Vigésima Quinta Hora, quando ele acontece permite que pessoas que tem uma ligação de afeto muito forte se comunicarem mesmo estando as duas em planos diferentes...
-Nossa... Mas então que dizer que, eu não vou ouvi-lo novamente?
-Sim. Isso é muito raro, acontece no máximo uma vez na vida das pessoas escolhidas.
E Anne começa a chorar, parece que sente a mesma coisa que sentiu quando seu avo morreu... Aquele vazio que não podia ser preenchido por nada nem ninguém. Como se o mundo ficasse mais escuro. Como se a estrela mais brilhante ruísse do alto do firmamento.
-Não fique assim minha querida, eu só queria dizer que te amo muito, e que estou ótimo aqui onde estou. Quero que viva sua vida e realize todos os seus sonhos! Você merece! Seu avo Tenta consolar-la.
- Vovô...  Diz Anne ainda soluçando.
-Sim meu bem.
-Eu vou vê-lo novamente!
Então Anne fecha os olhos e corre o mais rápido que pôde em direção a sua janela aberta. Então se ouve o barulho do impacto de algo pesado caindo no chão... O radio começa a tocar novamente aquela mesma musica.
Na manha seguinte a manchete do jornal: Corpo de uma jovem de 24 anos é encontrado caído no chão da Rua Primavera em frente ao grande Edifício Lagoa.
Os policiais suspeitavam de suicídio, só não entendiam por que a mulher morreu sorrindo...

By Ewa Helter

terça-feira, 29 de março de 2011

A Lenda de Pandora

Zeus criou o homem,dando-lhe forma e inteligência. A única coisa que diferenciava o homem dos deuses era que eles não possuiam o fogo e por isso Zeus o escondeu.


Mas Prometeu quebra um pequeno galho seco de uma árvore, voa rapidamente até o céu e o acende no calor o Carro do Sol.


Agora que os homens conhecem o segredo do precioso elemento, pouco os difere dos deuses. Os deuses estão em pânico. Discutem como tornar os homens novamente submissos e humildes.


Zeus inventa a forma mais rápida de destruir o paraíso dos homens: a mulher. Chama Hefestos, o habilidoso deus artesão, e pede-lhe que confeccione uma imagem feminina em bronze. Ela devia assemelhar-se ao homem, mas em alguma coisa diferir dele, de tal forma que o encantasse e comovesse, atrasando-lhe o trabalho e transtornando-lhe a alma.


E cada deus oferece alguma coisa àquela criatura, que já nasce para colocar em desconserto a vida dos mortais.


Atena entrega à mulher um lindo vestido bordado, que lhe cobre as harmoniosas formas. Depois coloca-lhe um véu sobre o rosto sereno e enfeita-lhe a delicada cabeça com uma guirlanda de flores coloridas.


Quando a virgem está inteiramente vestida, Afrodite oferece-lhe a beleza infinita e os encantos que seriam fatais aos indefesos homens. Hermes presenteia-lhe com a língua. Apolo confere-lhe suavíssima voz. Enfim a bela Pandora está pronta para cumprir sua missão. Mas antes de enviá-la em sua caminhada, Zeus entrega-lhe uma caixa coberta com uma tampa.


Nela estão contidas as misérias destinadas a assolar os mortais: reumatismo, gota, dores para enfraquecer o corpo humano. Quando Pandora chega ao mundo, encontra Epimeteu, irmão de Prometeu. Tão logo a vê, ele se encanta, e comovido recebe de suas finas mãos a precisosa caixa que ela lhe oferta.


É um presente de Zeus, declara Pandora. E nem por um instante Epimeteu suspeita de que todo o sofrimento humano dali emergiria. Ainda desorientado pelo deslumbramento que lhe causa a bela figura, esquece o juramento feito a seu irmão Prometeu de nunca aceitar um presente de Zeus. Agradecido abre a tampa da caixa fatal. 


Imediatamente, saltam de dentro dela todas as desgraças do mundo. Entretanto no fundo do recipiente maldito permanesse um tesouro. Um sentimento precioso, que poderia estragar toda a vingança dos deuses e destruir-lhes definitivamente qualquer praga: a esperança. Zeus não quer que os homens esperem mais nada. A um só gesto do deus, Pandora fecha a caixa, deixando a esperança calada no fundo, escondida para sempre. E o homem perde seu paraíso...

Fonte: http://contoselendas.blogspot.com/2004/05/lenda-de-pandora.html

segunda-feira, 28 de março de 2011

Afogando-me

Por favor, por favor
Perdoe-me
Eu nao pedi para pousar aqui
Segure-me aqui só mais um pouco
Nesse casulo...
Escuro, silencioso, quente
Misericordia, pelo amor de Deus!
Sou tão pequena, tão indefesa
Não! Não me despeje desse jeito...
Nao vê que estou me afogando com todo esse ar?
Apenas... Flutuando...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Jardim Memorial


Eu estarei para sempre
Esculpida nessa pedra
Onde minha alma já não respira mais
Meus restos apenas foram sugados por esta terra
Que foi alimentada pelo meu suor
Arada com meu sofrimento
Eu fecho os olhos
Não preciso ver
Como a natureza está me estregando...

terça-feira, 22 de março de 2011

A Queda...


Cavaleiros Fantasmas se levantam de seus túmulos contra mim agora
Sinceramente eu não sei onde estou
Mas nao gosto daqui...
Sinto cheiro de sangue fresco e gosto de carne humana
Ouço uma sinfonia de metais tilintando ao meu redor
Mas nao vejo nada...
Ainda meio tonta tento me levantar e correr
Mas não consigo...
Oh Deus...Não acho minhas pernas
Perdida no tempo e um zunido insuportavel na atmosfera
De repende tenho olhos novos
E contemplo essa arena vazia que se prolonga atraves do horizonte
Penas roxas espalhadas pelo chão...
Cortaram minhas asas...

Motel Absinthe


Finalmente ela acorda. E contempla o lugar asqueroso onde está. Garrafas espalhadas, cinzas pelo chão e aquele cheiro de ralo de banheiro publico naquele minúsculo quarto de motel de beira de estrada:
-Ai minha cabeça... Mas, que merda de lugar é esse?! Como diabos eu vim parar nesse chiqueiro?!...
Levanta-se e vai ate a porta e tenta abri-la:
- Que porra! Ta trancada... Como eu vou sair desse poço heim...
O que ela pode fazer além gritar e socar a maldita porta...
- Socorrooo! Alguém me ajudee! Abre essa merdaaa!
Ninguém aparece.                                                                                                   
- Porra, eu tou presa aqui...
Procura sua bolsa no armário, e acende um cigarro. De repente a porta se abre devagar, é uma mulher alta, cabelos ruivos como fogo, e com grandes olhos cor de mel; vestida num sobretudo alvíssimo, limpo demais para estar ali...
-Oi Lu... Acordou cedo hoje...
-Ei! Quem é você? Como sabe meu nome? Me tira desse chiqueiro agoraa!
-Seja feita a sua vontade...
E a mulher ruiva some, entre os milésimos de segundos em que Lucy pisca os olhos, o que não a assusta muito:
“Hmm... Pelo menos deixou a porta aberta... Vou vazar daqui!” Pensa ela.
Então ela sai do quarto e vaga pelos corredores procurando a saída. E encontra um homem, magro, com longos cabelos castanhos, barbado e muito mal vestido.
- Ei você! - Grita Lucy
O homem vira-se pra ela.
-Por onde é q eu saio daqui? Pergunta Lucy
O homem ri.
- Fala logo cara! Eu preciso sair desse lodo!
E o homem finalmente fala com ela.
-Quem é você? Pergunta.
- Lucy Abbot.
Ela até pensa em estender a mão, mas o homem era sujo demais pra esse tipo de cumprimento.
-Hmm. Acho que já te vi por aqui antes...
-Haha! Impossível! Eu nunca vi esse pardieiro na minha vida, e não sou o tipo de mulher que vem pra cá.
-Ok. Siga em frente, sempre em frente, não vire ou volte. Você ate pode encontrar a porta de saída, mas...
 -Mas o que?! Isso vai me tirar daqui?!     
E o homem voltou a perambular pelos corredores e sumiu na penumbra.
-Eu heim, que doido... Diz Lucy.
Mas apesar “ótima” impressão ela faz o que o homem mandou. Ela caminhou a frente ate ficar escuro demais pra que pudesse ver algo, e começou a tatear a parede em busca de algum interruptor ou qualquer coisa que iluminasse, nada. E a escuridão apenas se prolongava a cada passo que ela dava. Pensou em voltar, ou achar outro caminho, mas lembrou-se do que o homem sujo lhe disse: ”Sempre em frente, não vire ou volte”.
- Como diabos eu vou seguir em frente se eu não vejo nada? Que merda...
E a mulher ruiva aparece novamente.
- Já chega, não? Diz ela.
-Ai que susto! Já tava na hora mesmo! Eu quero sair desse lugar! Anda! Me tira daqui agora!
-NÃO TEM SAIDA, e você sabe disso. Não existe mais nada para alem dos arredores da sua cela... Diz ela sorrindo.
-Cela? Ah meu Deus eu sabia! Eu fui seqüestrada né? Porra mas vocês são muito burros mesmo! Eu não tenho grana e nem família rica! Qual é a de vocês heim? Trafico de órgãos?
- Hahahaha! Sabe... Ate que eu gosto do seu senso de humor! Vai dizer que você não lembra? Essa historia é velha... E você não vai conseguir escapar com só isso.
-Que historia sua louca?!
-Tudo bem. Se você quer continuar... Seja feita a sua vontade...
E a misteriosa mulher ruiva some de novo, e dessa vez, Lucy nem precisou piscar.
-Ah que se foda! Vou voltar e tomar outra direção.
Lucy vira-se e ao primeiro passo a frente na volta tudo se acende, mas dessa vez ela realmente se assusta...
-Nossa... Diz Lucy arregalando os olhos.
O caminho de volta não parece o que ela tomou pela primeira vez, talvez porque estivesse tudo claro agora. Enquanto Lucy caminha, ela vê objetos que não viu antes: os típicos quadros de motéis baratos na parede, que pareciam bastante chamuscados.
-Eu heim... Que espécie de gente pendura essas aberrações na parede? Esse lugar ta cada vez pior!
E ela continua seguindo, na esperança de achar algum caminho que a tire dali. E quanto mais ela segue, coisas novas aparecem, dessa vez: os famigerados quartos. Ela passa pelo primeiro e ouve um barulho parecido com um choro de criança, decide voltar lá e ver o que estava acontecendo, quando ela abre a porta, se depara com uma cena tão abominável quanto aquele motel. Um homem, gordo e careca, nu, em cima de uma linda garotinha, de aparentemente 13 anos, que tinha suas roupas rasgadas, provavelmente por aquele monstro. Lu nunca teve um coração muito mole, mas dessa vez ela realmente sentiu pena da criança...
-Ei! Seu porco! Grita ela, entrando no quarto com sangue nos olhos.
-Largue-a agora! Sai de cima dela sua rolha de poço!
O homem ri e continua o que estava fazendo. Ate que ela toma uma atitude, joga o primeiro objeto q viu pela frente na cabeça do homem, era um ferro de passar... E ele grita de dor e sai de cima da menina q finalmente fala alguma coisa:
-Ei moça! Faz o favor de não estragar meu programa?! Vaza daqui anda!
-Mas que p... Eu ouvi você chorar! Pensei que estivesse sendo estuprada! Explica-se Lucy
-Não, não, esse retardado não seria capaz de fazer isso, não que ele não quisesse! Hahahahaha! É um fetiche dele, ele gosta que eu chore, para parecer alguma violência...
Lucy se enoja com aquela situação, com aquele homem, e principal e inacreditavelmente, com aquela dita criança.
-Vocês são doentes...
-Pagando bem, que mal tem? Hahahaha! Responde a menina.
Lucy sai correndo dali, não queria ficar mais nem um minuto naquela cena porca. Continua andando, e vê um quarto com a porta aberta, decide não entrar, afinal não quer presenciar nenhum ato aterrador e desagradável novamente. Mas enquanto passava pôde ver uma mulher revirada na cama e um homem com uma seringa na mão. Ta bom, isso já era bem menos pior.
-Ah... Só drogas... Murmura ela.
E continua andando. Ate q finalmente ouve algo do que queria ouvir, uma voz, muito familiar.
-Não acredito... Parece a voz do... Simon!
E começa a gritar seu nome batendo em todas as portas que vê, tentando seguir sua voz. Ate que acha a porta de quarto entreaberta. Sim, a voz saia dali! Mas ela ouve uma palavra: “largá-la”. E neste momento passam milhares de pensamentos e lembranças em sua cabeça numa velocidade impressionante. Resolve ter calma, e pára para ouvir toda a conversa. De repente uma voz feminina diz:
-Eu sei meu bem, mais você tem que fazer isso logo! Se ela desconfiar de qualquer coisa... Nosso plano está perdido.
Lucy abismada pensa: “Meu bem? NÃO! Ela não pode estar falando com o MEU Simon.”
-Tenha calma Angie. Ela não vai nem suspeitar. E daqui a alguns dias estaremos em Londres e vamos pra lá no jatinho dela, ficaremos na casa de ferias dela, gastando toda grana dela! Hahaha! - Disse Simon com um largo sorriso no rosto.
-Ok meu amor... Mal posso esperar por isso! Hahahaha!
“Não, não pode ser ele... Esse não é o meu Simon, deve ser outro!” Pensa Lucy atordoada com as revelações. E resolve abrir a porta pra ter certeza que era mesmo ele. E quando entra no quarto ela o vê, beijando uma mulher... Ruiva...
-Sua desgraçada! Era você o tempo todo! Sua filha da puta!
-Calma Lucy. Nada disso é real. Quer dizer, não é mais... Diz Angie.
-Lucy... Fala Simon.
-Simon seu miserável! Então era isso né? Você esteve comigo pra me roubar e fugir com essa prostituta barata! Como você pôde? Como pôde me trocar por essa vagabunda! Eu te dei tudo que você quis! Realizei seus sonhos mais selvagens! Você nunca foi nada sem mim... Eu criei você seu verme! Grita Lucy.
-Como se atreve? Ele é e sempre foi parte de mim! Até antes de te conhecer... Porque ele me ama, como nunca ninguém te amou naquela sua vidinha de plástico...
-Meu Deus... Porque esta acontecendo isso comigo?! Chora Lucy.
E Angie e Simon se assustam com a reação aparentemente não violenta de Lucy.
-Não entendo... Você não vai fazer nada conosco? Não vai queimar o motel? Pergunta Angie.
-Queimar o motel?! Bem que eu tenho vontade! Mais não, não vou fazer nada disso vadia... Responde Lucy
“Que idéia... Ate que seria bem feito” Pensa ela.
E finalmente Simon se manifesta:
-Como não? Você já fez isso antes! Apenas... Ire-se! Estamos todos mortos mesmo!
-Hã? Mortos? Seu porco desvairado do que você ta falando?
-Não acredito... Angie meu amor, é toda sua... Diz ele.
-Há dois anos você desconfiou das saídas do Simon, contratou um detetive e descobriu sobre nos dois, mas você queria vingança e planejou tudo, nos seguiu ate esse motel e esperou que entrássemos no quarto, nesse aqui mesmo, e nos trancou aqui dentro, foi ate seu carro, pegou um galão de gasolina e o isqueiro preferido do Simon, ate que eu gostei desse toque especial, você tem talento garota! Hahaha!Voltando ao assunto, você conseguiu fechar todo o motel e queimou tudo... E todos. O que você não sabia era do nosso verdadeiro plano, você pensou que nos éramos apenas... Amantes! Hahahaha! E desde então estamos todos presos a você, e revivendo nossas mortes dia após dia, trabalhando duro para animar o seu inferno. Sorri Angie e pisca para Lucy, o que a deixa furiosa.
-A cada novo dia você tem uma chance de mudar, de se arrepender, mas você sempre repete o que fez. Boa garotaa! Sempre superando nossas expectativas! Hahaha!  Termina ela, rindo alto.
-Não! Sua cadela! Eu não faria isso! Bem que tive vontade, mas não mataria o resto dessas pessoas! Tudo bem que são como baratas... Ninguém se importaria se eu desinfetasse o lugar, mas... Não sujaria minhas mãos com isso! Responde Lucy irritada.
E do nada surge um homem misterioso dentro do quarto.
-Ate que enfim... Tivemos progresso né Lu? Diz aquele homem magro e sujo que Lucy encontrara antes.
-Você de novo? Ah vai dizer que eu te matei também e você veio ajudar a dar vida a esse lugar podre? Diz Lucy
-Você me matou sim, se é o que quer saber. Mas não, eu definitivamente não sou um deles... Dia após dia eu tenho te acompanhado, estive esperando por esse dia a muito tempo. Diz o homem.
-Ainda não desistiu Vehuel? Não vê que ela é nossa agora? Não me diga que ela se redimiu? Hahahaha! Olhe pra ela, orgulhosa, egoísta, arrogante... Falta pouco pra ela virar um de nos! Hahahaha! Diz Angie.
-NÃO!  Responde Vehuel irado.
E o quarto todo treme como se tivesse acontecendo um terremoto realmente forte ali. Todos os pequenos objetos caem de suas bases e um vento muito violento entra abrindo a janela e a porta e varrendo todas as coisas leves que poderiam ser arrastadas. E Angie ri alto, mas muito alto mesmo.
-Tem certeza? Então pra que todo esse nervosismo? Hahahaha! Diz ela.
-Hã? De que diabos vocês estão falando? Eu não vou virar nada sua cadela! Grita Lucy.
-Acertou! De novo! Hahaha! Você é muito boa, garota! Responde Angie, gargalhando pra disfarçar o nervosismo.
-Ela é não é? Não foi a toa que a escolhemos... Hahahahaha! Intromete-se Simon.
-Chega... Vamos embora Lucy... Interrompe Vehuel.
-Espere ai você também! O que esta acontecendo? Pra onde você vai me levar? Pode começando falar agora! Brada Lucy novamente.
-Você ainda não lembrou? Não percebeu nada? Sinto muito... Ou você vem comigo agora, ou fica...
Lucy refletiu que tudo que ela queria era sair daquele inferno, não queria explicações, ou gentilezas, apenas sair dali. Sim, ela teria que confiar naquele estranho, e por incrível que parecesse, Simon e Angie tinham medo dele... “Não existiram palavras mais certas: Inimigo do meu inimigo é meu amigo” Pensou ela.
Enquanto isso Angie e Simon não continham seu nervosismo esperando pela resposta de Lucy, não tinham mais tanta certeza se ela ainda estava tão irada como antes, todas às vezes ela escolheu ficar, todas às vezes ela quis provocar dor aos seus inimigos sem se importar se estava machucando outras pessoas, não tão inocentes assim, mas agora... Eles tinham serias duvidas...
-Tudo bem, eu vou... Lucy da à sentença final, acabando com qualquer expectativa otimista daquela dupla dinâmica.
-NÃAAAAAAO! Largue-a! Ela é nossa!Volte pro lugar de onde veio seu desgraçado! Você não pode interferir aqui! A chance dela lá passou quando ela ainda estava viva! Nos demos oportunidade dela mudar, apresentamos todas as opções! E ela escolhia as certas o tempo todo! Grunhiu Angie
Não tinha mais saída, já era chegada à hora do golpe final... Era tudo ou nada... E rapidamente Angie pulou em Lucy, enquanto a agarrava com toda sua força, e Lucy gritava, não sabia por que doía tanto, era uma sensação tão abominável, como se sua felicidade acabasse ali por completo, como se não houvesse mais saída a não ser a desolação; e sentiu q tudo ficava escuro e podre dentro dela, não conseguia mais gritar, sua voz tinha acabado e não restava mais nem um fio de esperança...
Ate que Vehuel, que tinha sido apanhado astutamente por Simon antes da investida contra Lucy, para que não pudesse impedir, conseguiu reagir, desacordar Simon e evitar que Angie tomasse Lucy por completo, e com apenas um toque ele a deixou inconsciente...
Lucy se levanta, era como se tudo voltasse a ter cores, como se ela lembrasse que os pássaros ainda voam e os peixes ainda nadam, e que houvesse uma corda pra sair daquele poço.
-Muito obrigado! Lucy agradece a Vehuel abraçando o como se ele fosse a ultima esperança da sua paz.
-Não por isso... Vamos? Pergunta ele.
Lucy olha pra Simon e Angie, caídos no chão e todas as outras coisas quebradas no quarto, as janelas escancaradas pelo vento da voz de Vehuel, e na sua cabeça volta à tona a cena miserável do homem e da garotinha... Ela dá seu ultimo suspiro naquele quarto nojento, e finalmente responde:
-Claro!
E Vehuel a abraça e entre os milésimos de segundos em que Lucy pisca os olhos, tudo desaparece numa explosão de luz verde...
 

By Ewa Helter